A Radiestesia "New Age"
- Frederico Honório
- 24 de ago. de 2024
- 3 min de leitura

A radiestesia, uma prática antiga que busca detectar energias sutis através de instrumentos como pêndulos e varas, sempre esteve envolta em uma aura de mistério mas, ainda assim, com o respeito que sempre mereceu. Ao longo dos séculos, ela foi utilizada de maneira meticulosa por praticantes que se dedicavam a compreender as energias da Terra, do corpo humano, e até de objetos. Contudo, na última década, especialmente com o surgimento da chamada “New Age”, temos visto um fenômeno preocupante: a deturpação da radiestesia por parte de indivíduos que, na ânsia de trazer novidades ou de se destacarem no meio, acabam desconectando essa prática de suas raízes e de sua essência.
Os "radiestesistas New Age", muitas vezes, apresentam conceitos que não têm qualquer fundamento na prática tradicional ou na lógica por trás da radiestesia. Eles misturam ideias de forma arbitrária, criando uma espécie de "sopa energética" que, ao invés de enriquecer o campo, acaba por desvirtuá-lo. Essa abordagem superficial, muitas vezes baseada em uma compreensão limitada ou mal informada, não só enfraquece a credibilidade da radiestesia, mas também confunde aqueles que estão buscando respostas ou auxílio.
Um dos problemas centrais é a introdução de "novidades" que não têm base alguma em qualquer tradição radiestésica séria. Alguns exemplos incluem a criação de novos tipos de energias ou vibrações que não têm qualquer correspondência com as descobertas históricas ou científicas, ou ainda, o uso de pêndulos para finalidades que fogem completamente da lógica da radiestesia, como previsões ou diagnósticos "profundos" que seriam mais adequadamente realizados por ferramentas específicas para mexer com essas questões. Estou a falar aqui de procurar metal com uma colher de cozinha e não estou a falar, obviamente, de detectores de metais.

Essa apropriação inconsequente e desrespeitosa transforma a radiestesia em um espetáculo, onde o foco não é mais a precisão, a seriedade e a responsabilidade, mas sim a novidade pelo puro fascínio. Isso cria um ambiente onde a verdadeira arte da radiestesia é obscurecida por práticas que se baseiam mais em fantasia do que em qualquer tentativa real de compreender as energias sutis que governam nosso mundo.
É importante lembrar que a radiestesia, como qualquer prática que lida com o invisível e o intangível, requer um profundo respeito e entendimento. Aqueles que a utilizam de forma leviana, sem o devido conhecimento ou sem um propósito claro e ético, não estão apenas enganando a si mesmos, mas também prejudicando aqueles que procuram por orientação genuína, servindo de exemplo para os segundos serem desacreditados. Eles minam a confiança do público na prática e, em última análise, desvalorizam o trabalho sério de muitos radiestesistas que dedicam suas vidas ao estudo e à aplicação correta dessa arte.
Eu sou uma pessoa que traz novidade, tanto nas novas aplicações para os gráficos clássicos como na proposta de novos gráficos de radiestesia, porém há um imenso trabalho de investigação e análise de dados que comprovam a eficácia, muito antes de eu trazer a novidade a público. São meses, e em alguns casos, anos de testes até considerar alguma alteração ou nova visão em relação aos gráficos clássicos e todos os gráficos novos que desenho trazem entranhado o conceito científico da radiestesia, não me permitindo a "patinar na maionese", pelo respeito que tenho pela técnica. E mesmo gráficos que são lançados "em cima do joelho" por algum pedido especial de alunos, passam por uma fase onde recolho dados dos próprios alunos e meus antes de os considerar válidos. Apesar de o contexto atual da radiestesia ter mudado um pouco por conta do maior número de informação que temos através das ondas de rádio, de wi-fi e outras, a minha pesquisa (ver no meu livro de Radiestesia) concluiu que os clássicos ainda funcionam muito bem.
O que eu vejo mais, e que me deixa triste porque para mim é promíscuo, é a "mistureba" de radiestesia com radiônica, com seres do além e do além estrelas. Podem existir, mas precisam de ser comprovados e ter alguma fundamentação nas bases da radiestesia e da geometria sagrada, que é a outra componente da radiestesia séria.
Em suma, é necessário um retorno às raízes da radiestesia, onde o foco está na conexão sincera com as energias sutis, na busca pelo entendimento verdadeiro, e no respeito pela prática. Radiestesistas New Age que se perdem em suas próprias invenções desconectadas precisam ser desafiados a reavaliar suas abordagens e a considerar se estão, de fato, contribuindo para a evolução da radiestesia, ou apenas criando um ruído que afasta a prática de sua verdadeira essência.
Como dizia o ditado: “Nem tudo que reluz é ouro”. Da mesma forma, nem toda novidade no campo da radiestesia é um avanço. Às vezes, é apenas um retrocesso disfarçado de inovação.
Comments